Prorrogando a dor
Por que será que nos agarramos a situações para
as quais conhecemos perfeitamente o desfecho?
Sabemos de antemão o que fazer,
mas somos tomados pela angústia de ter
que assumir uma decisão que vai
nos fazer sofrer.
Colocamos à frente um passo que poderia
ter sido tomado agora.
Nos enganamos conscientemente.
Prorrogamos a decisão para que
a dor seja prorrogada.
É possível que dentro de nós achamos que a
dor esticada vai ser mais suave.
Se não podemos evitá-la,
pelo menos vamos vivê-la a prestações,
sem muita consciência que os juros podem
ser muito altos no fim.
Dar um passo errado não nos custa tanto
quanto ter que assumi-lo.
E ter que conviver com ele ou as
conseqüências dele.
Uma vez que reconhecemos o caminho errado,
o normal seria voltar.
Mas o que fazemos?
Olhamos pra trás,
medimos o caminho percorrido,
nos perdemos no tempo sem sair do lugar,
mesmo se a vida se apressa ao nosso redor.
Conhecemos o abismo que se apresenta
diante da situação,
mas nos recusamos a admití-lo,
embora saibamos que não
queremos cair nele.
Caminhamos a passos lentos,
guiados pela esperança que nunca
nos abandona,
mesmo sabendo que uma
hora ou outra teremos que pôr
o ponto final.
Fim da história.
Fim de nós de uma certa maneira,
ou daquilo que vivemos e sonhamos.
Acreditamos num pequeno lapso de tempo
que nunca mais outra oportunidade virá a nós,
como se a vida fosse limitada.
Nos entregamos à dor como nos
entregamos ao amor. Inteiramente.
E somos invadidos por uma sombra que
nos isola de tudo.
Mas que maravilhoso remédio é o tempo!
Um dia acordamos e tudo parece mais ameno.
Abrimos os olhos.
Começamos a notar coisas para as
quais estávamos cegos.
O dia seguinte será ainda melhor e virá um
outro e um outro.
Quão grandioso é esse Maestro do universo!
Com um simples sopro ressuscita o sol a cada
manhã e nos eleva com ele.
Somos dessa maneira não uma pessoa nova,
mas uma pessoa renovada.
Mais vivida.
Carregados de experiências que
nos serviram de lição,
que nos enriqueceram
e nos tornaram uma pessoa,
quem sabe, melhor.
TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 21 de Abril de 2.009.
Por que será que nos agarramos a situações para
as quais conhecemos perfeitamente o desfecho?
Sabemos de antemão o que fazer,
mas somos tomados pela angústia de ter
que assumir uma decisão que vai
nos fazer sofrer.
Colocamos à frente um passo que poderia
ter sido tomado agora.
Nos enganamos conscientemente.
Prorrogamos a decisão para que
a dor seja prorrogada.
É possível que dentro de nós achamos que a
dor esticada vai ser mais suave.
Se não podemos evitá-la,
pelo menos vamos vivê-la a prestações,
sem muita consciência que os juros podem
ser muito altos no fim.
Dar um passo errado não nos custa tanto
quanto ter que assumi-lo.
E ter que conviver com ele ou as
conseqüências dele.
Uma vez que reconhecemos o caminho errado,
o normal seria voltar.
Mas o que fazemos?
Olhamos pra trás,
medimos o caminho percorrido,
nos perdemos no tempo sem sair do lugar,
mesmo se a vida se apressa ao nosso redor.
Conhecemos o abismo que se apresenta
diante da situação,
mas nos recusamos a admití-lo,
embora saibamos que não
queremos cair nele.
Caminhamos a passos lentos,
guiados pela esperança que nunca
nos abandona,
mesmo sabendo que uma
hora ou outra teremos que pôr
o ponto final.
Fim da história.
Fim de nós de uma certa maneira,
ou daquilo que vivemos e sonhamos.
Acreditamos num pequeno lapso de tempo
que nunca mais outra oportunidade virá a nós,
como se a vida fosse limitada.
Nos entregamos à dor como nos
entregamos ao amor. Inteiramente.
E somos invadidos por uma sombra que
nos isola de tudo.
Mas que maravilhoso remédio é o tempo!
Um dia acordamos e tudo parece mais ameno.
Abrimos os olhos.
Começamos a notar coisas para as
quais estávamos cegos.
O dia seguinte será ainda melhor e virá um
outro e um outro.
Quão grandioso é esse Maestro do universo!
Com um simples sopro ressuscita o sol a cada
manhã e nos eleva com ele.
Somos dessa maneira não uma pessoa nova,
mas uma pessoa renovada.
Mais vivida.
Carregados de experiências que
nos serviram de lição,
que nos enriqueceram
e nos tornaram uma pessoa,
quem sabe, melhor.
TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 21 de Abril de 2.009.
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