Falando com nossos botões ...

Falamos com nós mesmos todos os dias,
mesmo se nos custa confessar.
Saber que todos fazem isso nos assegura,
nos tira da classe dos anormais
e nos coloca ao mesmo nível que
outros seres humanos.

Entretanto,
temos que saber até onde vão os limites.
Mas um louco consciente da sua loucura,
já não é louco,
mas um ser humano consciente
das suas limitações.

Um momento a sós com nós é preciso e benéfico.
Pessoas que sentem a necessidade
constante de estar em movimento,
no barulho, na agitação evitam,
muito provavelmente,
de pensar nos próprios problemas,
seja por medo de enfrentá-los,
seja por que não sabem como resolvê-los.

O que ignoramos nos faz menos mal.

Ao inverso,
fechados demais e pensando demais
é que algo também não vai bem.

A boa medida,
sempre e em tudo,
traz equilíbrio para nossas vidas.

Em alguns momentos precisamos
conversar com nossos botões.
Ver, talvez,
e rever nossos conceitos da vida,
nossas fragilidades,
tentar encarar com honestidade nossos
sentimentos em relação aos outros,
uma forma de nos tornarmos
pessoas mais sãs,
mais preparadas para contribuir
na construção do mundo.

Não podemos consertar o mundo
se nós mesmos nos sentimos quebrados.

A paz que damos é a que possuímos,
então precisamos buscá-la,
transformando as pedrinhas que nos machucam
em pontes que nos ligarão a outras pessoas.

A solidão é um mal e queremos fugir dela.
Mas nós atraímos ou afastamos as pessoas,
segundo nossa vida,
nossa maneira de enfrentar
uma coisa ou outra.

Ninguém é responsável pela nossa vida.
Somos grandes.
Somos raios de sol e os que querem
calor e luz se aproximarão.
A nós cabe brilhar.
E todos conhecemos a fonte.
E para quem ainda não encontrou o caminho,
é só procurar.

TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 27 de Abril de 2.010.

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