Verdades e contrariedades

Por que nos contrariamos
e por que as contrariedades nos
deixam tão tristes?
Tudo tem a ver com nosso ego.

Nos sentimos contrariados
porque acreditamos
conhecer todas as verdades,
saber tudo ou melhor
que os outros.

Se alguém nos diz que aquela
cor é a mais linda,
se não estamos de acordo,
não acatamos a possibilidade
do outro simplesmente ter
um outro gosto,
mas por vezes queremos
provar que temos razão.

Em matéria de gostos,
todo mundo tem razão,
do momento em que cada
um satisfaça seu eu.

Quando alguém nos aborrece
as coisas não são bem assim
nessa ordem.

Não é alguém que nos aborrece,
mas nos aborrecemos
porque aquilo que acreditamos
saber foi contrariado em nós.

Não é fácil admitir que
não temos razão,
pois para isso temos que
inclinar primeiro a cabeça ao
fato que somos falhos como
seres humanos,
que não sabemos todas as coisas,
somos imperfeitos.

Muitas brigas e discórdias
poderiam ser evitadas
se cada pessoa tivesse
a humildade de reconhecer
que ninguém é perfeito
e que o outro pode ter razão
no seu ponto de vista.

Do nosso posto,
só podemos ter uma
visão da planície.
Mas se nos dispomos a fazer
alguns passos,
essa visão poderá mudar
e nesse caso poderemos admitir
que existe uma outra maneira
de ver as coisas.

Tanto que continuamos
na nossa posição,
sem nos mexer,
estaremos bloqueados para
descobrir e aprender novas coisas,
fecharemos nossas portas
à novas pessoas,
novas experiências,
novas relações,
novos conhecimentos e perderemos
a oportunidade de melhorar.

Estaremos assim cegos,
surdos e provavelmente,
sozinhos.

Em todas as relações devemos
aprender a ter a flexibilidade
de sair do nosso lugar e dar
a mão ao outro,
saber escutar verdadeiramente
o que o ele tem a dizer para ver
o que ele vê e,
se possível,
sentir o que ele sente.

A perseverança pode ser
uma grande virtude,
mas a teimosia, nem sempre.
E salvar uma relação é muito,
muito mais importante
que ter razão.

Eu posso amar o vermelho,
o outro azul e o outro
o violeta e juntos podemos
colocar um pouco de cor no
mundo cinza.

Sozinhos,
o mundo será uniforme
e sem graça.

Como os pássaros,
podemos dar asas ao nosso eu,
ir aqui, ali,
beber da água e provar do céu,
ver o mundo do alto para baixo e
de baixo para cima,
pegar dele todas as belezas
e espalhar a harmonia pelo
nosso caminho.

TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 06 de Maio de 2.011.

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