Como dizer as coisas certas
Há alguns meses eu
estava almoçando no México,
e uma amiga
– Cristina Belloni
– fez um comentário:
- “Acho que Deus não me escuta mais,
porque vivo enchendo a paciência dele”.
Todos os que estavam na mesa,
riram.
De minha parte,
acho que Deus escuta sempre,
não importa quantas vezes
pedimos alguma coisa.
Entretanto,
o comentário de Cristina
me fez lembrar uma história,
narrada pelo jesuíta
Anthony de Mello
em seu livro
“O Enigma do Iluminado”:
A história dos dois videntes
Pressentindo que seu país
em breve iria
mergulhar numa guerra civil,
o sultão chamou um
dos seus melhores videntes,
e perguntou-lhe quanto tempo
ainda lhe restava viver?
- “Meu adorado mestre,
o senhor viverá o bastante
para ver todos os seus
filhos mortos”.
Num acesso de fúria,
o sultão mandou
imediatamente enforcar
aquele que proferira
palavras tão aterradoras.
Então,
a guerra civil era realmente
uma ameaça!
Desesperado,
chamou um segundo vidente.
- “Quanto tempo viverei”?
– perguntou,
procurando saber se
ainda seria capaz
de controlar uma situação
potencialmente explosiva.
- “Senhor,
Deus lhe concedeu uma
vida tão longa,
que ultrapassará a geração
dos seus filhos,
e chegará a geração
dos seus netos”.
Agradecido,
o sultão mandou recompensá-lo
com ouro e prata.
Ao sair do palácio,
um conselheiro comentou
com o vidente:
- Você disse a mesma
coisa que o adivinho anterior.
Entretanto,
o primeiro foi executado,
e você recebeu recompensas.
Por quê?
- Porque o segredo não está
no que você diz,
mas na maneira como diz.
Sempre que precisar disparar
a flecha da verdade,
não esqueça de antes molhar sua
ponta num vaso de mel.
TEXTO: Paulo coelho
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 06 de Julho de 2.011.
estava almoçando no México,
e uma amiga
– Cristina Belloni
– fez um comentário:
- “Acho que Deus não me escuta mais,
porque vivo enchendo a paciência dele”.
Todos os que estavam na mesa,
riram.
De minha parte,
acho que Deus escuta sempre,
não importa quantas vezes
pedimos alguma coisa.
Entretanto,
o comentário de Cristina
me fez lembrar uma história,
narrada pelo jesuíta
Anthony de Mello
em seu livro
“O Enigma do Iluminado”:
A história dos dois videntes
Pressentindo que seu país
em breve iria
mergulhar numa guerra civil,
o sultão chamou um
dos seus melhores videntes,
e perguntou-lhe quanto tempo
ainda lhe restava viver?
- “Meu adorado mestre,
o senhor viverá o bastante
para ver todos os seus
filhos mortos”.
Num acesso de fúria,
o sultão mandou
imediatamente enforcar
aquele que proferira
palavras tão aterradoras.
Então,
a guerra civil era realmente
uma ameaça!
Desesperado,
chamou um segundo vidente.
- “Quanto tempo viverei”?
– perguntou,
procurando saber se
ainda seria capaz
de controlar uma situação
potencialmente explosiva.
- “Senhor,
Deus lhe concedeu uma
vida tão longa,
que ultrapassará a geração
dos seus filhos,
e chegará a geração
dos seus netos”.
Agradecido,
o sultão mandou recompensá-lo
com ouro e prata.
Ao sair do palácio,
um conselheiro comentou
com o vidente:
- Você disse a mesma
coisa que o adivinho anterior.
Entretanto,
o primeiro foi executado,
e você recebeu recompensas.
Por quê?
- Porque o segredo não está
no que você diz,
mas na maneira como diz.
Sempre que precisar disparar
a flecha da verdade,
não esqueça de antes molhar sua
ponta num vaso de mel.
TEXTO: Paulo coelho
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 06 de Julho de 2.011.
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