Outonos e primaveras...
Primavera é tempo de ressurreição.
A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo.
O que hoje está revestido de cores precisou
passar pelo silêncio das sombras.
A vida não é por acaso.
Ela é fruto do processo que a encaminha
sem pressa e sem atropelos a um
destino que não finda,
porque é ciclo que a faz continuar em
insondáveis movimentos de vida e morte.
O florido sobre a terra não
é acontecimento sem precedências.
Antes da flor, a morte da semente,
o suspiro dissonante de quem se
desprende do que é para ser revestido
de outras grandezas.
O que hoje vejo e reconheço belo
é apenas uma parte do processo.
O que eu não pude ver é o que
sustenta a beleza.
A arte de morrer em silêncio é
atributo que pertence às sementes.
A dureza do chão não
permite que os nossos olhos
alcancem o acontecimento.
Antes de ser flor,
a primavera é chão escuro de sombras,
vida se entregando ao dialético movimento
de uma morte anunciada,
cumprida em partes.
A primavera só pode ser o que
é porque o outono lhe embalou
em seus braços.
Outono é o tempo em que as
sementes deitam sobre a terra seus
destinos de fecundidade.
É o tempo em que à morte se entregam,
esperançosas de ressurreição.
Outono é a maternidade das floradas,
dos cantos das cigarras e dos
assovios dos ventos.
Outono é a preparação das aquarelas,
dos trabalhos silenciosos que
não causam alardes,
mas que mais tarde serão fundamentais
para o sustento da beleza
que há de vir.
São as estações do tempo.
São as estações da vida.
Há em nossos dias uma
infinidade de cenas que podemos
reconhecer a partir da mística
dos outonos e das primaveras.
Também nós cumprimos em nossa
carne humana os mesmos destinos.
Destino de morrer em pequenas partes,
mediante sacrifícios que nos faz abraçar
o silêncio das sombras...
Destino de florescer costurados em cores,
alçados por alegrias que nos
caem do céu,
quando menos esperadas,
anunciando que depois de outonos,
a vida sempre nos reserva
primaveras...
Floresçamos.
TEXTO: Pe. Fábio de Melo
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 16 de Novembro de 2.011.
A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo.
O que hoje está revestido de cores precisou
passar pelo silêncio das sombras.
A vida não é por acaso.
Ela é fruto do processo que a encaminha
sem pressa e sem atropelos a um
destino que não finda,
porque é ciclo que a faz continuar em
insondáveis movimentos de vida e morte.
O florido sobre a terra não
é acontecimento sem precedências.
Antes da flor, a morte da semente,
o suspiro dissonante de quem se
desprende do que é para ser revestido
de outras grandezas.
O que hoje vejo e reconheço belo
é apenas uma parte do processo.
O que eu não pude ver é o que
sustenta a beleza.
A arte de morrer em silêncio é
atributo que pertence às sementes.
A dureza do chão não
permite que os nossos olhos
alcancem o acontecimento.
Antes de ser flor,
a primavera é chão escuro de sombras,
vida se entregando ao dialético movimento
de uma morte anunciada,
cumprida em partes.
A primavera só pode ser o que
é porque o outono lhe embalou
em seus braços.
Outono é o tempo em que as
sementes deitam sobre a terra seus
destinos de fecundidade.
É o tempo em que à morte se entregam,
esperançosas de ressurreição.
Outono é a maternidade das floradas,
dos cantos das cigarras e dos
assovios dos ventos.
Outono é a preparação das aquarelas,
dos trabalhos silenciosos que
não causam alardes,
mas que mais tarde serão fundamentais
para o sustento da beleza
que há de vir.
São as estações do tempo.
São as estações da vida.
Há em nossos dias uma
infinidade de cenas que podemos
reconhecer a partir da mística
dos outonos e das primaveras.
Também nós cumprimos em nossa
carne humana os mesmos destinos.
Destino de morrer em pequenas partes,
mediante sacrifícios que nos faz abraçar
o silêncio das sombras...
Destino de florescer costurados em cores,
alçados por alegrias que nos
caem do céu,
quando menos esperadas,
anunciando que depois de outonos,
a vida sempre nos reserva
primaveras...
Floresçamos.
TEXTO: Pe. Fábio de Melo
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 16 de Novembro de 2.011.
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