A trava no olho

Pelo menos há 2000 mil anos
vem se repetindo o famoso dito,
hoje já tão popular,
de que antes de observarmos
o defeito (ou a imperfeição) no outro,
devemos repará-la em nós mesmos.

O que fica bastante evidenciado é que,
apesar desta ser uma idéia tão
amplamente difundida,
até porque o Cristianismo é uma das
religiões mais importantes
e atinge tão diferentes áreas no
território mundial,
não se pratica ou pelo menos
não se parece
haver muito esforço por
parte das pessoas
em levar este ensinamento da letra
ao seu cotidiano diário.

Proponho então a seguinte pergunta:
Por que temos tanta dificuldade
em aceitar o próximo
exatamente do jeito como ele é?
Sem julgamentos,
sem opiniões pré-concebidas,
sem restrições,
sem desconfianças?
Por que negamos a imperfeição do outro
se nós somos tão ou mais imperfeitos?

Acredito que tudo resida no fato
de não aceitarmos a nós mesmos
como seres inferiores ao nosso próprio ideal.

A maioria de nós tem um ego tão inflado
que não admite ver em si mesmo
tantas mazelas que nos
deixam horrorizados
quando observadas no
comportamento dos outros.

É como se estivéssemos
cheios de chagas,
chegássemos em frente
ao espelho
e não conseguíssemos
entender
que aquelas deformidades
são nossas,
que aquele rosto destruído
nos representa.

De todo jeito,
nossos companheiros de existência
também têm a mesma dificuldade
que nós e por isso,
ficamos nos acusando,
apontando defeitos um no outro,
criticando, julgando,
estabelecendo comparações
de modo que parecemos estar
sempre muito acima deles,
quando na verdade estamos todos juntos,
no mesmo patamar,
enfrentando as mesmas questões,
as mesmas dúvidas,
sentindo as mesmas dores.

Sei que é difícil reconhecer os
monstros internos
que habitam dentro de nós:
orgulho, vaidade, cobiça,
inveja, ira,
vícios de toda sorte, escapismos,
infantilidade...

É vergonhoso admitir que somos
imperfeitos.

Porém,
se não aceitarmos quem somos,
nunca poderemos aceitar o outro e,
sem essa união,
como poderá haver paz de fato
sobre a Terra?

Por isso,
toda vez que enxergar
defeitos nos outros,
pare e pense que esses mesmos defeitos
são apenas aspectos de sua
própria personalidade e,
antes de acusar ou criticar,
volte sua atenção para si
e corrija-se.

Assim,
a tendência é que você
passe a ver
o que as pessoas têm de
bom para oferecer.

Portanto,
tire a trava do olho.

Para ser perfeito é preciso
curar as imperfeições
e a limpeza começa dentro
de cada um de nós.

A vida é feita de trocas,
damos e recebemos de
tudo um pouco.
Saibamos dar com generosidade
e colheremos os frutos.

TEXTO: Vanessa Mazza Furquim
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 10 de Maio de 2.012.

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