O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS...

Contei meus anos e descobri 
que terei menos tempo 
para viver daqui para a frente 
do que já vivi até agora.

Tenho muito mais 
passado do que futuro.
Sinto-me como aquele 
menino que recebeu uma 
bacia de cerejas.

As primeiras, 
ele chupou displicente, 
mas percebendo que 
faltam poucas, 
rói o caroço.
Já não tenho tempo 
para lidar 
com mediocridades.

Não quero estar em 
reuniões onde desfilam 
egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos 
tentando destruir quem 
eles admiram, 
cobiçando seus lugares, 
talentos e sorte.

Já não tenho tempo 
para conversas intermináveis, 
para discutir assuntos 
inúteis sobre vidas alheias 
que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo 
para administrar 
melindres de pessoas, 
que apesar 
da idade cronológica, 
são imaturos.

Detesto fazer acareação 
de desafectos que 
brigaram pelo majestoso 
cargo de 
secretário-geral do coral.

'As pessoas não 
debatem conteúdos, 
apenas os rótulos'.

Meu tempo tornou-se 
escasso para debater rótulos, 
quero a essência, 
minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, 
quero viver ao 
lado de gente humana, 
muito humana; 
que sabe rir de seus tropeços, 
não se encanta com triunfos, 
não se considera eleita 
antes da hora, 
não foge de sua mortalidade, 
caminhar perto de coisas e 
pessoas de verdade, 
o essencial faz a vida 
valer a pena.

E para mim, 
basta o essencial!

TEXTO DE: Mário de Andrade 
* * * * *
Texto lido no programa 
"Madrugada Viva Liberdade FM" 
no quadro 
"Momento de Reflexão" 
no dia 01 de Setembro de 2.013.

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