A inutilidade e o amor

Ter que ser útil
pra alguém é uma coisa
muito cansativa.

É interessante você saber
fazer as coisas,
mas acredito que a utilidade
é um território muito
perigoso porque,
muitas vezes,
a gente acha que o outro
gosta da gente,
mas não.
Ele está interessado
naquilo que a gente
faz por ele.

E é por isso que
a velhice é esse tempo
em que passa a utilidade
e aí fica só o seu
significado como pessoa.
Eu acho que é um momento
que a gente purifica,
né?

É o momento em que
a gente vai ter
a oportunidade de saber
quem nos ama de
verdade.

Porque só nos ama,
só vai ficar até o fim,
aquele que,
depois da nossa utilidade,
 descobrir o nosso significado.

Por isso eu sempre peço
a Deus para poder envelhecer
ao lado das pessoas que
me amem.
Aquelas pessoas
que possam me proporcionar
a tranqüilidade de ser inútil,
mas ao mesmo tempo,
sem perder o valor.

Quero ter ao meu lado
alguém que saiba acolher
a minha inutilidade.
Alguém que olhe pra mim assim,
que possa saber que eu
não servirei pra muita coisa,
mas que continuarei
tendo meu valor.

Porque a vida é assim,
fique esperto,
viu?

Se você quiser saber
se o outro te ama de verdade
é só identificar se ele seria
capaz de tolerar a sua
inutilidade.

Quer saber se você
ama alguém?

Pergunte a si mesmo:
quem nessa vida já pode
 ficar inútil pra você sem
que você sinta o desejo
de jogá-lo fora?

É assim que descobrimos
o significado do amor.

Só o amor nos dá condições
de cuidar do outro
até o fim.

Por isso eu digo:
feliz aquele que tem ao
final da vida,
a graça de ser olhado
nos olhos e ouvir do outro:
"você não serve pra nada,
 mas eu não sei viver
sem você".

AUTORIA: Padre Fábio de Mello
 * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 19 de Outubro de 2.014.
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