Como anda a dieta… da alma?

Arroz, feijão, bife, ovo.
Isso nós temos no prato,
é a fonte de energia que
nos faz levantar de manhã
e sair para trabalhar.
Nossa primeira meta é
a sobrevivência do corpo.

Outro dia,
no meio da tarde,
senti uma fome me
revirando por dentro.
Uma fome que me
deixou melancólica.
Me dei conta de que
estava indo pouco
ao cinema,
conversando pouco
com as pessoas,
e senti uma abstinência
de viajar que me deixou
até meio tonta.
Minha geladeira,
afortunadamente,
está cheia,
mas me senti desnutrida.
Você já se sentiu
assim também,
precisando se alimentar?

Revista, jornal, internet,
isso tudo nos informa,
nos situa no mundo,
mas não sacia.
A informação entra
dentro da casa da gente
em doses cavalares
e nos encontra passivos,
a gente apenas seleciona
o que nos interessa
e despreza o resto,
e nem levantamos da
cadeira neste processo.

Para alimentar a alma,
é obrigatório sair de casa;
sair à caça; perseguir.

Se não há silêncio
a sua volta,
cace o silêncio onde
ele se esconde,
pegue uma estradinha
de terra batida,
visite um sítio,
uma cachoeira ou vá para
a beira da praia.

O litoral é bonito nesta época,
tem uma luz diferente,
o mar parece maior,
há menos gente.

Cace o afeto,
procure quem você
gosta de verdade,
tire férias de rancores
e mágoas,
abrace forte,
sorria,
permita que lhe
cacem também.

Cace a liberdade que
anda tão rara,
liberdade de pensamento,
de atitudes,
vá ao encontro de tudo
que não tem regras,
patrulha, horários.

Cace o amanhã, o novo,
o que ainda não foi
contaminado por críticas,
modismos, conceitos,
vá atrás do que
é surpreendente,
o que se expande na
sua frente,
o que lhe provoca prazer
de olhar, sentir, sorver.
Entre numa galeria
de arte.

Vá assistir a um filme
de um diretor que não conhece.

Olhe para sua cidade c
om olhos de estrangeiro,
como se você fosse um turista;
abra portas e páginas.

Arroz, feijão, bife, ovo.
Isso mantém a gente em pé,
mas não acaba com o cansaço
diante de uma vida que,
se a gente descuida,
torna-se repetitiva,
monótona, entediante.
Mas, nada de descuido.

Vou me entupir de
calorias na alma.

Há fartas sugestões no cardápio.
Quero engordar no lugar certo.

É que o ritmo dos dias é
tão intenso que, às vezes,
a gente esquece de se
alimentar direito.

TEXTO: Martha Medeiros
* * * * *
Texto lido no programa
"Madrugada Viva Liberdade FM"
no quadro
"Momento de Reflexão"
no dia 31 de Julho de 2.015.
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