Somos gente, não robôs!

Uma pessoa amiga questionava sobre o porquê da sociedade criar tantos rótulos e existirem tantos preconceitos sobre o outro. Daí, tive a intenção de escrever o que penso a respeito desse assunto.

Somos bombardeados com a ideia de que devemos ter um corpo magro para sermos elegantes, ou musculosos, para sermos atraentes, em especial, neste último caso, para os homens.

Somos questionados sobre o nosso estado civil, se somos casados, solteiros, divorciados ou se moramos junto com alguém – e ser solteiro ou divorciado, já traz uma notória carga de ideias preconcebidas tipo: por que está solteiro(a), por que está divorciado(a), como se esses detalhes definissem a pessoa que somos no íntimo, sendo que isso também é uma questão de ‘foro íntimo’ e a ninguém interessa saber ou questionar.

Somos quase que cobrados a pertencer a uma religião, para não sermos tachados de ateus, agnósticos ou pessoas não tão confiáveis, como se religião fosse sinônimo de se ter Deus no coração. E, definitivamente, não é.

Deus não mora em templos feitos por mãos humanas, pois que Ele habita dentro de cada um que Nele crê e sobretudo, nas almas que têm amor nos corações.

Somos bombardeados com propagandas sobre o último carro, o último modelo de computador, de celular, como se possuir tais itens fosse nossa realização pessoal, nosso status de ‘moderninhos’, tudo como ‘manda o figurino’.

Somos sutilmente cobrados por ideais políticos, como se nossa neutralidade ou qualquer opção contrária ao da maioria, mostrasse o real significado de nossos ideais intrínsecos, como seres pensantes e dotados de livre arbítrio.

Somos muitas vezes obrigados a “engolir o choro”, para não parecermos fracos, como se a nossa grandeza como seres humanos, estivesse em não termos sentimentos, ou não demonstrá-los.

Parece que temos que seguir a moda no vestir, no falar, no corte de cabelo, como se essas coisas fossem uma marca de que não estamos alienados do que se passa ao nosso redor.

Lembrei-me do “O Último Discurso” de Charles Chaplin, quando ele maravilhosamente disse: ” Não sois máquinas, homens é o que sois!”

Assim, não devemos abrir mão do que realmente somos, do que acreditamos, do que pensamos, do que sentimos, para agradar a uma sociedade que não estará nem aí, quando partirmos.

Seremos aí, apenas uma vaga lembrança a ocupar um possível porta-retratos de alguém que nos compreendeu e nos aceitou como somos. Nada mais do que isso.

Somos gente e não robôs!

TEXTO DE: Lu Prado
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Texto lido no programa "Madrugada Viva Liberdade FM" no quadro "Momento de Reflexão" no dia 31 de Julho de 2.017.
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